Publicado: 29.03.2018
Perfil AM: Raquel Soares
As competências estiveram sempre presentes, mas foi na licenciatura em Audiovisual e Multimédia que Raquel Soares descobriu que, no futuro, queria ser designer.
Começou na área das ciências, mas decidiu ingressar na ESCS para desenvolver competências no meio audiovisual. Achou que ia adorar fotografia, mas descobriu uma paixão escondida: o design. Hoje, Raquel Soares faz parte do departamento de Marketing e Comunicação da Fnac Portugal.
Das ciências para as artes
Raquel entrou na ESCS, em 2012, “por um mero acaso”, como a própria confessa. No Ensino Secundário, estudou Ciências e Tecnologias, mas, no futuro, não se via a fazer nada ligado a esse ramo. Por isso, na altura de se candidatar ao Ensino Superior, procurou cursos ligados à fotografia e ao vídeo, áreas que sempre despertaram o seu interesse, e deparou-se com o site da Escola. O plano de estudos do curso de licenciatura em Audiovisual e Multimédia (AM) aliado às instalações e equipamentos disponibilizados foram os fatores decisivos que levaram à sua escolha.
Já no decorrer da licenciatura, Raquel percebeu que o design era a sua grande paixão. A ex-aluna explica que, olhando para trás, percebe que esse gosto sempre esteve presente. “No Ensino Básico, os professores sabiam sempre quais eram os meus trabalhos por estarem sempre alinhadinhos e bonitos”, conta.
No ‘backstage’ das atividades extracurriculares
A escsiana fez parte da escstunis, durante todo o seu percurso na Escola, e do número f, durante um ano. Pelo caminho, foi convidada, por várias vezes, para “aparecer em alguns programas da ESCS FM”. Como Raquel esclarece, “na tuna, tem-se sempre as duas partes”. Por isso, para além de tocar percussão, esteve, também, encarregue da gestão de comunicação e chegou a fazer parte da Direção. No número f, fez gestão de redes sociais.
A ex-aluna explica que estas experiências lhe permitiram ter um “ponto de vista profissional”, durante a licenciatura. “Deu para aprender muitas coisas que, hoje em dia, dão jeito no trabalho”, defende.
Voltar onde começou
Raquel começou a sua experiência profissional com um estágio, em web design, na Fnac, onde esteve durante três meses. Na equipa de web, fazia, sobretudo, peças para o site, desde banners de lançamento a campanhas, e algumas newsletters, e "uma ou outra coisa para o Facebook”.
Depois de terminar o estágio, foi chamada para uma entrevista na Deco Proteste. “Curiosamente, tanto na Fnac, na primeira entrevista, como na Deco, fui entrevistada por pessoas que tinham estudado na ESCS”, conta, divertida. Neste segundo emprego, tratou da comunicação interna, no departamento de Recursos Humanos, e teve a oportunidade de pôr em prática outras aprendizagens que levou do curso. “Era um trabalho muito completo: fiz vídeo, som, design, programação, um bocadinho de tudo”, conta.
Após quatro meses, recebeu um telefonema da sua antiga chefe da Fnac: havia uma vaga para preencher e, caso Raquel quisesse, seria dela. Como se tratava de um emprego “mais certo”, não pensou duas vezes e decidiu voltar. Atualmente, para além do que já fazia no início, faz “muito mais newsletters e já o Facebook tornou-se numa coisa do dia-a-dia”.
De momento, a escsiana concilia o seu emprego a full time com a organização do Pint of Science, um festival internacional que acontecerá em maio, pela primeira vez, em Portugal, e que junta investigadores que falam sobre ciência em ambientes descontraídos, como bares e cafés. “Como o projeto me pareceu interessante, estou, neste momento, a ajudá-los na parte de comunicação”, explica.
Ajudar os outros
Raquel considera importante fazer voluntariado, não só para sua concretização pessoal mas, também, por considerar ser relevante para a sociedade. A escsiana já foi voluntária no Banco Alimentar Contra a Fome e no posto de vigia de incêndios da Bajouca, a sua terra natal, no qual, nas alturas de maior calor, vigiava os arredores do ponto mais alto da terra e, ao mínimo sinal, contactava a Proteção Civil, a fim de facilitar o combate aos incêndios.
Arriscar e não ter medo de falhar
A ex-aluna considera que, para vingar no mercado de trabalho, é essencial “não ter medo de falhar nem ir abaixo quando se falha”. “Principalmente, naqueles primeiros meses em que se acaba a licenciatura e se recebe respostas a dizer ‘não, porque não tens experiência’ ou ‘escolhemos uma pessoa com mais experiência’”, situação que acontece frequentemente a quem acabou o curso e ainda não tem currículo profissional.
No futuro, Raquel gostaria de alargar os seus horizontes profissionais. Apesar de não descartar a hipótese de continuar a trabalhar em design, a escsiana, que sempre colaborou com grandes empresas, gostaria de “experimentar algo diferente”, apesar de “não ter um plano definido”.
“Um leque de oportunidades para pôr em prática”
Raquel considera que, a nível de competências técnicas, a licenciatura em AM “teve todo o peso para a profissional que [é] hoje”, uma vez que lhe ofereceu todas as bases para “poder voar”. Também a comunidade escolar, sempre integradora e apoiante, e a presença nas atividades extracurriculares, ajudaram a escsiana a agarrar as oportunidades que surgem e a “tentar sempre fazer melhor com elas”.
“Eu acho que toda a gente tem alguém, no trabalho, que era da ESCS e vê-se que, mesmo gerações diferentes, têm algo em comum. Nós, os escsianos, reconhecemo-nos”, conclui, com orgulho.
Por fim, desafiámos Raquel Soares a responder a uma espécie de Questionário de Proust:
Um objeto essencial para o teu dia-a-dia.
Os óculos.
Uma música ou uma banda.
Earnestly Yours, do Keaton Henson.
Um filme ou um realizador.
My Neighbor Totoro, de Hayao Miyazaki.
Um livro ou um escritor.
O Monte dos Vendavais, de Emily Brontë.
Uma série.
The Fresh Prince of Bel-Air.
Fotografia ou design.
Design.
Papel ou digital.
Ambos.
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