Publicado: 13.04.2018
PERFIL JORN: Ruben Martins
O amor pela Rádio trouxe-o à ESCS. Hoje, Ruben Martins faz aquilo com que sempre sonhou: conta histórias ao ouvido das pessoas.
Ruben Martins descobriu a ESCS numa pesquisa online e chegou à conclusão de que a Escola lhe poderia oferecer o melhor dos mundos académico e profissional. Durante o curso, fez parte de núcleos extracurriculares, participou na Academia RTP, criou um podcast que chegou ao 2.º lugar do top do iTunes, entre tantas outras coisas. Quando terminou o curso, integrou e ajudou a desenvolver a recém-criada secção de áudio do jornal Público, onde trabalha atualmente.
A importância das atividades extracurriculares
Ruben ingressou na licenciatura em Jornalismo em 2013. No ato da candidatura, o ex-aluno considerou que “a vertente extracurricular seria uma mais-valia”, por isso, as quatro primeiras opções foram cursos da Escola.
Atualmente, o jovem jornalista sente-se “muito agradecido” por a experiência académica ter concretizado as suas expetativas. Foi técnico de audiovisual no E2 e esteve na ESCS FM e na ESCS MAGAZINE, onde chegou a desempenhar, no 3.º ano, os cargos de Diretor de Programas e Diretor de Informação, respetivamente. “Fiz muita coisa na ESCS”, lembra.
O escsiano defende que deve “à ESCS, no geral, e aos núcleos, em particular” a maior parte da sua formação, devido ao contexto de experimentação das atividades extracurriculares, que lhe permitiram errar e aprender. Ruben destaca, também, a possibilidade de ter gerido equipas e dado formação aos membros mais novos, com quem também teve a oportunidade de partilhar ideias e evoluir. “Tudo isso acabou por ajudar a construir-me, como pessoa e profissional”, constata, revelando que continua a colaborar com os núcleos, nomeadamente a dar formações. “Revejo-me naqueles projetos como se ainda lá estivesse, porque sei que, como me marcaram a mim, também estão a marcar outras pessoas”, confessa, com orgulho.
Academia RTP
O 2.º ano da licenciatura contou com um esforço redobrado da parte de Ruben que, ao mesmo tempo, participou na terceira edição da Academia RTP. “Foi incrível, [...] eu ia à segunda-feira para o Porto e voltava à sexta-feira para Lisboa. Às vezes, ainda conseguia ir a uma ou outra aula, mas acabei por fazer esse ano todo por exame”, conta.
O escsiano, o mais novo de um grupo de 50 participantes, teve, ali, a sua “primeira experiência verdadeiramente profissional”, que concluiu com um “excelente” na apreciação final. Na Academia, foi autor e realizador do programa de rádio “Vida de Estrada”, emitido em agosto de 2015, na Antena1, e colaborou em outros conteúdos de televisão e rádio, nomeadamente, no programa “37,5º” (da Antena3) e no documentário “O melhor rally do mundo”. “Foi uma das experiências mais marcantes da minha vida”, considera.
A paixão pela Rádio
A Rádio acompanha Ruben em grande parte do seu dia, seja em forma de emissão ou podcast. “Não se explica, sente-se”, defende, lembrando, com nostalgia, o dia em que percebeu que gostaria de poder vir a contar histórias ao ouvido das pessoas. “A primeira grande memória que eu tenho é de estar no carro, com a minha mãe, haver um programa de discos pedidos numa rádio local e de sermos nós a pedir uma música para estar a passar, da voz da minha mãe a ecoar na rádio [...] e esta magia de eles não nos estarem a ver, mas estarmos a falar, e imaginar quem é que está por trás”.
O escsiano considera que a Rádio está a passar por uma “era de ouro” e, apesar de, atualmente, o seu trabalho estar ligado ao formato podcast, não descarta a hipótese de, um dia, voltar a experienciar a “magia do direto”, como teve a oportunidade de fazer na ESCS FM.
Politicamente: uma rampa de lançamento
Enquanto terminava o curso, Ruben lançou, em conjunto com a colega Inês Ameixa, o Politicamente, um podcast sobre Política, direcionado a uma faixa etária mais jovem. Era objetivo do escsiano que o formato (que alcançou o 2.º lugar do top podcasts de áudio do iTunes no espaço de dois meses) fosse uma forma de se mostrarem e uma rampa de lançamento para o mercado de trabalho.
A certa altura, os jovens tentaram ‘vender’ a ideia do formato ao Público e, quando o jornal começou a desenvolver a secção de áudio, o editor sugeriu que Ruben e Inês enviassem os currículos. Após as entrevistas, foram ambos contratados.
Ruben valoriza o facto de conseguir continuar a trabalhar com Inês. “Foi incrível porque continuo a rever-me muito na maneira de trabalho dela e conseguimos perceber-nos perfeitamente”, explica.
Bagagem profissional
Enquanto estudou na ESCS, Ruben teve diversas experiências profissionais, para além da participação ativa nos núcleos extracurriculares da Escola e na Academia RTP.
Quando começou a licenciatura, teve a oportunidade de colaborar com a RADIOOASIS, de Sobral de Monte Agraço, a fazer relatos de 2.ª divisão distrital de futebol ao fim-de-semana. No mesmo concelho, fez gestão de redes sociais na UNIR (Associação de Estudantes do Ensino Superior). E, após terminar o curso, fez parte da equipa de jornalistas fundadores do Sapo24, antes de surgir a oportunidade de se mudar para o Público.
Atualmente, considera-se um profissional “multifacetado, multiprofissional e multiplataforma” e, como tal, desempenha diversas funções ao serviço do jornal Público. Ajudou a traçar a estratégia da vertente áudio, na qual, hoje, faz o serviço de notícias personalizado P24 e o podcast Poder Público (que partilha com Inês Ameixa), entre outros formatos ocasionais; escreve para a secção de Política e para o suplemento de domingo, o P2; e, não se contentando com o áudio e com a escrita, ajuda, também, na captação de vídeo, sempre que é necessário.
Depois da licenciatura, um doutoramento
Ruben confessa que tem dois grandes sonhos. O primeiro já concretizou: fazer rádio. O segundo está ligado a uma carreira de docente. Como tal, considera que, para atingir os objetivos, tem de continuar a estudar. Tendo a conta a sua experiência profissional, o escsiano conseguiu entrar no doutoramento, sem passar, antes, por um mestrado. O doutorando em Ciências da Comunicação (ISCTE-IUL/ESCS-IPL) explica que, no ato de candidatura, são avaliados os currículos académico, científico e profissional. De 0 a 20 valores, a vertente profissional valeu-lhe um 18 e uma entrada direta no curso. “Se não sou o único, devo ser dos únicos”, confessa.
Após terminar o curso, o escsiano pretende continuar o percurso académico. “Acho que vou ser aquela pessoa que vai continuar a estudar sempre. Se calhar, começar a diversificar áreas de estudo, coisas diferentes do Jornalismo, mas só porque tenho curiosidade”, reflete.
Um grande amor pela ESCS
“A ESCS é tudo na minha vida”, defende Ruben, com orgulho. O escsiano explica que a Escola foi “uma fase muito grande de transformação e de afirmação”, no sentido em que conseguiu concretizar o que idealizava para o seu futuro pessoal e profissional (através de “grandes professores com uma visão muito abrangente” e dos núcleos extracurriculares) e ganhou “amigos para a vida”. “Somos realmente uma família”, afirma.
O escsiano, que só não passava mais tempo na Escola devido a estar condicionado pelos horários dos transportes públicos, recomenda a ESCS porque esta oferece “a melhor formação que um profissional de Comunicação pode ter em Portugal”.
Por fim, desafiámos Ruben Martins a responder a uma espécie de Questionário de Proust:
Um objeto essencial para o teu dia-a-dia.
O relógio e o microfone.
Uma música ou uma banda.
Ornatos Violeta.
Um filme ou um realizador.
Pulp Fiction, de Quentin Tarantino.
Um livro ou um escritor.
A poesia de Herberto Helder.
Um programa de televisão.
Fugiram de casa de seus pais.
Um podcast.
É Apenas Fumaça (nacional) e Planet Money (internacional).
Uma rádio.
Para ouvir notícias, a Antena1. Para ouvir música, a Antena3 ou a Vodafone FM.
Um teclado ou um microfone.
Microfone.
Papel ou digital.
Papel.
Quando for grande, quero ser...
Quero continuar a ser feliz.
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