Publicado: 07.03.2023
Gonçalo Nuno Cabral nasceu na Madeira e veio para o continente em busca do sonho de ser jornalista. Após a licenciatura na ESCS, atingiu o objetivo na TVI e, mais recentemente, na CNN Portugal.
“É um bocado conversa de programa de domingo à tarde dizer que o meu sonho, desde pequenino, era ser jornalista, mas, de facto, era”, introduz Gonçalo Nuno Cabral, que, desde tenra idade, mostrou especial interesse pela área da Política. “O meu Canal Panda era a ARTV”, acrescenta, divertido. Quando ainda estava a terminar o Ensino Secundário, começou a produzir conteúdos para o canal online do clube de futebol madeirense Marítimo, para o qual chegou a criar um programa que apresentou durante cerca de seis meses. Foi durante essa experiência que um dos editores de imagem do canal lhe falou da ESCS. “Disse-me que era uma Escola muito boa, com uma componente prática. Fiz uma pesquisa básica e vi que podíamos [fazer] Rádio e Televisão, que era um mundo que me fascinava bastante”, conta. O curso de licenciatura em Jornalismo foi, por isso, a primeira opção no Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES).
Aulas, meios e pessoas
Gonçalo entrou na ESCS em 2013. Da experiência académica, destaca a componente prática das unidades curriculares. O escsiano já conhecia e admirava o trabalho de alguns dos docentes com os quais viria a aprender, entre os quais, os jornalistas Ana Leal, Carlos Andrade, Daniela Santiago e Francisco Sena Santos. “Termos pessoas da área a incentivar-nos e a falar-nos sobre o mundo em que queremos entrar é inacreditável. A aposta [da Escola] nas aulas, nos meios e nas pessoas superou as minhas expetativas”, afirma.
Como o seu sonho era trabalhar em Televisão (especificamente, na TVI, na área da Política), Gonçalo sublinha, em particular, as aulas da Prof.ª Ana Leal, pela “postura proativa” da docente em relação ao trabalho dos estudantes. “Quando fizemos testes de pivot [na aula], foi inacreditável. Tudo o que ela me transmitiu teve um papel bastante relevante”, lembra.
“Espírito livre”, nas extracurriculares
O escsiano integrou a equipa da ESCS Magazine, mas confessa que foi na ESCS FM que mais participou: criou programas novos, apresentou noticiários e coordenou a rubrica Grande Reportagem. Gonçalo recorda o “espírito livre” vivido nas atividades extracurriculares, na medida em que as tarefas são realizadas “entre amigos”, não obstante a “pressão” do trabalho que tem de ser desenvolvido. Participar naqueles projetos “deu-me a capacidade de ação, de restruturar à última hora para pôr no ar”. “Quando cheguei à TVI, já estava mais confortável. A ESCS FM trouxe-me agilidade”, assegura.
Objetivo: Política na TVI
Após terminar o curso, Gonçalo enviou o currículo para a TVI e, em fevereiro de 2017, foi aceite, como estagiário, na editoria de Política, Economia e Internacional. Deste período, guarda uma história caricata. Certo dia, foi chamado para cobrir um conteúdo “exclusivo”. O antigo estudante recebeu a informação de que o banqueiro Ricardo Salgado estava a ser julgado, mas, quando chegou ao local, não encontrou nenhum outro órgão de comunicação social. Contudo, ao saber que aquela informação era verídica, decidiu aguardar. “Fiquei 1h30 de plantão à porta do tribunal e nada. Fui para o carro, pus os óculos de sol, pousei as perguntas e, cinco segundos depois, ele sai”, lembra. “Agarrei no microfone e fui a correr, de óculos de sol, mas esqueci-me das perguntas no carro. Comecei a rebobinar as perguntas e fi-las sem ouvir nada do que ele me estava a dizer”, acrescenta, divertido. Quando regressou à redação, os seus coordenadores estavam a ver as imagens então captadas. “Viram-me a correr, de óculos de sol. Nunca mais me hei-de esquecer disto na minha vida”, recorda. No final, a experiência correu tão bem, que garantiu o contrato de trabalho a Gonçalo. A partir de 2019, com o lançamento da CNN Portugal, passou a colaborar em ambos os canais.
Já no início de 2023, o escsiano foi alocado aos programas Preto no Branco e Perplexidades, para os quais elabora “peças mais longas”. O início da semana começa sempre com uma reunião, na qual lhe são apresentados os temas que tem de trabalhar. A partir daí, gere o tempo entre pesquisas e preparação dos conteúdos. “É mais moroso, mas também gratificante, porque me permite explorar a vertente da reportagem mais longa e trabalhada”, esclarece.
Uma Escola respeitada
Enquanto estagiário, no contacto com colegas provenientes de outras instituições de Ensino Superior, Gonçalo percebeu que “já estava numa cadeira um pouco mais confortável”, no desempenho das tarefas que tinha em mãos. O corpo docente, a vertente prática do curso e os recursos técnicos disponibilizados fizeram da ESCS “uma escolha acertadíssima e uma decisão fundamental, que deu frutos e que me tornou no profissional que sou hoje”, assegura o jovem jornalista.
Por fim, desafiámos Gonçalo Nuno Cabral a responder a uma espécie de Questionário de Proust:
Um objeto essencial para o teu dia-a-dia.
Telemóvel.
Uma cidade ou um país.
Itália.
Uma música ou uma banda.
Coldplay.
Um filme ou um realizador.
Steven Spielberg.
Um livro ou um escritor.
George Orwell.
Uma série.
“House of Cards” ou o “Sobrevivente Designado”.
Uma referência profissional.
Tenho várias, mas, por tudo aquilo que representou no meu percurso, a Ana Leal.
Quando for grande, quero ser.
Realizado profissionalmente, no sentido em que fiz aquilo que tinha de ser feito e da melhor forma que consegui.
No vídeo abaixo, Gonçalo Nuno Cabral fala sobre as mais-valias de ter estudado na ESCS e como a formação académica contribuiu para o seu percurso:
Fotografia de Gonçalo Nuno Cabral e Ricardo Salgado gentilmente cedida por Gonçalo Nuno Cabral.
Restantes fotografias: Gabcom (Serviço de Comunicação da ESCS)