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Publicado: 23.04.2024

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Header Margarida Vaqueiro Lopes

Curiosa e dinâmica por natureza, Margarida Vaqueiro Lopes viu na Licenciatura em Jornalismo a possibilidade de poder aprender, na prática, a arte da profissão. Hoje em dia, desempenha os cargos de Editora da revista Exame e de Subdiretora da revista Visão.

Margarida Vaqueiro Lopes começa por explicar, divertida, que “na verdade, queria ser atriz”. A segunda opção: Jornalismo, na ESCS. “Para mim, era muito claro que não queria ter uma profissão das 9 às 5, que me obrigasse a coisas muito repetitivas. Sempre gostei muito de escrever, de contar histórias. Sempre gostei de saber tudo, era muito curiosa. E Jornalismo fazia um tick all the boxes destas coisas todas”, esclarece. Para “grande alegria” dos pais, ingressou na ESCS (e fez parte do grupo de Teatro da Escola).

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Margarida Vaqueiro Lopes
Margarida Vaqueiro Lopes é licenciada em Jornalismo.


Docentes que fazem a diferença

Do curso, Margarida destaca, essencialmente, as aulas práticas lecionadas por docentes que eram, também, jornalistas no ativo. “Foram os menos românticos, mas falavam-nos, de forma muito concreta, daquilo que era o dia-a-dia numa redação”, recorda. Para além dos momentos em sala, a escsiana lembra “a forma fácil com que acabávamos a almoçar ou a tomar um café no bar” com os professores, algo que “fazia diferença durante o curso e nas pessoas que éramos quando saíamos da ESCS”.

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Margarida Vaqueiro Lopes
A escsiana destaca as unidades curriculares lecionadas por jornalistas.


Hoje, no mercado de trabalho, confessa que reconhece os profissionais licenciados pela ESCS, pela simples leitura dos seus trabalhos. “Parabéns, Prof. Jorge Trindade! Isto é um elogio público que eu faço questão de fazer. Porque nós reconhecemo-nos por um texto”, partilha, com humor. A escsiana destaca, ainda, os meios que a Escola disponibiliza e o ambiente vivido na instituição. “É o mais parecido com uma redação que vão encontrar”, assegura.

Adquirir competências humanas nas extracurriculares

A escsiana aliou os estudos à participação no grupo de Teatro da Escola (então designado 2.ª a Circular) e no antigo jornal 8.ª Colina, para além de outras atividades que tinha fora da Academia. “Venho de uma casa onde a escola não era apresentada como a única coisa que nós tínhamos de fazer na vida (...) acho sempre que as atividades extracurriculares nos formam imenso, enquanto pessoas”, reflete, defendendo que são as “competências emocionais e humanas que nos distinguem dos outros”, no mercado de trabalho.

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Margarida Vaqueiro Lopes
Na ESCS, Margarida fez parte do grupo de teatro e do jornal 8.ª Colina.


Erasmus+ em Bruxelas

Durante um semestre, Margarida trocou a ESCS pelo Institut des Hautes Études des Communications Sociales (IHECS), em Bruxelas, para viver a sua experiência de Erasmus+. A escsiana conta que cometeu a “loucura” de escolher um país cuja língua não dominava, o francês, de forma a obrigar-se a ter uma “experiência internacional imersiva”. “Foi muito interessante porque Bruxelas tem um ecossistema muito diverso. Portanto, havia pessoas de muitos países diferentes e a própria cidade, com a Comissão Europeia ali ao pé, convidava-nos a estar com muitas nacionalidades”, reflete.

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Margarida Vaqueiro Lopes
Margarida teve a sua experiência internacional de Erasmus+ em Bruxelas.


Percurso no Jornalismo

Assim que acabou o curso, em 2007, Margarida iniciou o seu percurso profissional na Escola, no já extinto Centro de Investigação de Media e Democracia. “Estávamos a celebrar os 50 anos da RTP e o centro era parceiro das comemorações. Foi incrível trabalhar o aniversário da nossa televisão pública com alguns jornalistas muito conhecidos, embora que só em backstage” partilha.

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Margarida Vaqueiro Lopes
Em 2019, Margarida foi a única jornalista portuguesa presente no International Press Day, em São Francisco.

Depois, decidiu inscrever-se num mestrado em Ciência Política e Relações Internacionais. No âmbito da tese, na qual abordou as eleições brasileiras e o seu tratamento noticioso nos jornais A Folha e O Estado de S. Paulo (Estadão), teve a oportunidade de ir para o Brasil, onde, depois, foi aceite num estágio. “A minha primeira experiência enquanto jornalista foi em São Paulo, numa redação com 500 jornalistas”, conta. De regresso a Portugal, integrou a redação do Diário Económico, onde começou a escrever sobre Economia. “Estive lá quatro anos, a fazer Mercados, depois passei para Finanças. Acompanhei Banca e Seguros”, esclarece. Depois, fez uma pausa para se dedicar, durante um ano, à comunicação da Fundação Francisco Manuel dos Santos, mas percebeu que não era esse o caminho que queria seguir. De volta ao Jornalismo, passou pelo jornal i e, depois, pela equipa fundadora da Forbes Portugal.

 

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Margarida Vaqueiro Lopes
Em 2021, em Maputo, a escsiana entrevistou a escritora Paulina Chiziane, Maputo, após ter recebido o Prémio Camões.

Já em 2018, quando o grupo Impresa decidiu vender todo o seu núcleo de revistas, para ficar apenas com o jornal Expresso e a SIC, foi convidada por um antigo editor para integrar a equipa que relançou a revista Exame. “A Exame foi o único título que saiu da Impresa e passou só em título, sem jornalistas nenhuns, porque era feita pelos jornalistas de Economia do Expresso. Era um projeto muito divertido e uma marca muito forte. E pediram-nos que a revitalizássemos e a voltássemos a apresentar”, explica. Entretanto, os jornalistas da Exame começaram – primeiro, pontualmente e, depois, de forma mais regular – a escrever para a seção de Economia da revista Visão, que também estava “numa fase de transformação”. Atualmente, Margarida colabora com as duas publicações, desempenhando os cargos de Editora da Exame e Subdiretora da Visão.

Para além das responsabilidades ligadas à gestão das revistas, que obrigam a “muitas reuniões”, a escsiana confessa que “faz questão” de continuar a escrever. “É importante, porque é o que eu gosto de fazer e para não perdermos a noção de como é que o terreno está para conseguirmos liderar as pessoas”, partilha.

Noção de que não sabemos fazer

Da ESCS, Margarida leva a importância da noção de que “há coisas que não dominamos” e a “humildade”, transmitida pelos docentes, para não ter medo de pedir ajuda. “Quando aprendemos a dizer exatamente o que é que não sabemos fazer, é muito mais rápido recebermos conhecimento, falharmos menos e ganharmos o respeito dos nossos colegas”, acredita. “Esta ideia de não levar a vida muito a sério e este clima muito informal que tínhamos aqui é o mesmo que encontramos nas redações. Que não tem de ser menos rigoroso porque é relaxado”, completa.

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Margarida Vaqueiro Lopes
A escsiana considera ser um privilégio ter uma voz e ser parte da defesa de alguns valores da sociedade.


A escsiana vê o Jornalismo como uma “profissão vocacional, que tem um romantismo agregado”, sendo, para si, “das profissões mais bonitas do mundo”. “É um privilégio termos uma voz, podermos contar a realidade e sermos parte da defesa de alguns valores relevantes como a Democracia, a Liberdade e a Verdade, numa sociedade. Sobretudo, quando estamos em crise. E é um privilégio imenso termos acesso a pessoas e a histórias. Paga muito dos sacrifícios que fazemos”, conclui.


Por fim, desafiámos Margarida Vaqueiro Lopes a responder a uma espécie de Questionário de Proust:

Um objeto essencial para o teu dia-a-dia.
Uma caneta e um papel.

Uma cidade ou um país.
Nova Iorque, enquanto cidade, e Brasil, enquanto país.

Uma música ou uma banda.
Any Other World
, do Mika.

Um filme ou um realizador.
O Cisne Negro, de Darren Aronofsky.

Um livro ou um escritor.
Oscar Wilde.

Uma série.
Borgen.

Uma referência profissional.
Um dos meus primeiros editores e, hoje, Diretor da Exame, o Tiago Freire, porque foi importante para a jornalista que eu sou hoje. E o Francisco Sena Santos que foi um belíssimo professor e, hoje, é um querido colega de trabalho.

Quando for grande, quero ser.
Quero continuar a não me levar muito a sério, quero ser muito otimista e gostava de continuar a ser Jornalista.


No vídeo abaixo, Margarida Vaqueiro Lopes fala sobre as mais-valias de ter estudado na ESCS e como a formação académica contribuiu para o seu percurso:


Texto, Fotografias e Vídeo: Gabcom (Serviço de Comunicação da ESCS)
Fotografias do separador "Percurso no Jornalismo" gentilmente cedidas por Margarida Vaqueiro Lopes