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Publicado: 08.06.2018

 

PERFIL JORN: Filipe Santa-Bárbara

 

Filipe Santa-Bárbara é licenciado em Jornalismo e passou por todas as áreas do ramo até chegar ao seu objetivo: a Rádio.

Se, até ao 9.º ano, queria ser médico, a série Jornalistas, da SIC, despertou, em Filipe Santa-Bárbara, o interesse por esta vertente da Comunicação. Após a licenciatura em Jornalismo, na ESCS, já passou por todas as áreas, da imprensa à televisão, trabalhando, atualmente, na rádio, na Antena 1.

A escolha certa

Filipe entrou para a ESCS em 2007. Apesar de não ser a sua primeira opção (na qual sabia que conseguiria entrar na 2.ª fase de candidaturas), decidiu ficar pela Escola. “Gostei do ambiente, das instalações e já gostava do corpo docente. (...) Com o passar do tempo, achei que foi a escolha certa”, assegura.

Inicialmente, o escsiano queria enveredar por Medicina. Porém, no Ensino Secundário, optou pelo curso de Línguas e Humanidades, por haver “mais coisas de que gostava” nessa área e devido aos horários incertos que teria se viesse a ser médico. “Mal sabia eu onde é que me estava a meter”, reflete, divertido.

Life Skills

Durante a licenciatura, Filipe foi membro ativo da escstunis e da Associação de Estudantes da ESCS (AE), das quais fez parte das respetivas direções. O escsiano considera que a sua participação nestas atividades foi “muito importante, ao nível das competências sociais e de trabalho”, na medida em que teve a oportunidade de colaborar com pessoas distintas e de adquirir competências ao nível da organização de eventos, ao fazer parte da preparação de certames como o Tuna M’Isto ou o Arraial Escsito. Na AE, o ex-aluno esteve, também, encarregue da receção aos novos alunos. “Tudo isso nos dá valências que são bastante importantes mais tarde. Na altura, não te apercebes bem, mas, depois, consegues reconhecer isso”, afirma.

Do clipping à rádio

Apesar de já ter passado por todas as áreas do Jornalismo, Filipe não começou o seu percurso profissional no ramo. Quando terminou a licenciatura, o escsiano foi trabalhar para uma agência de clipping, onde esteve durante alguns meses.

A passagem para o Jornalismo teve lugar, no início de 2011, “em meios de nicho”, na Fibra e na Briefing. “Comecei no online e, também, a fazer coisas para a versão impressa”, conta. Mais tarde, passou a coordenador online de ambas as publicações e, também, da Advocatus.

Da imprensa passou para televisão, para integrar a equipa fundadora do canal A Bola TV, algo que “não estava minimamente nos planos”, porque não se via a trabalhar em desporto ou televisão. No entanto, decidiu aceitar e, no final, considera ter sido “bastante enriquecedor ver nascer um projeto desde o início e fazer parte dele”.

Filipe voltou à imprensa, na altura em que a GQ Portugal se relançava no mercado português. Na revista, escrevia “num registo de lifestyle e para um segmento masculino de luxo”. Por aqui ficou, até surgir a oportunidade de se mudar para a Antena 1.

Fazer Rádio

O escsiano é jornalista, na Antena 1, desde 2016. O seu dia, na rádio, começa cedo, às cinco da manhã, com uma reunião, na qual a equipa define “os temas do dia, o que é que está a sair na imprensa e o que é que já [têm] de produção própria”. Após apontarem o que “vai marcar a manhã”, começam a fazer contactos. “É muito chato, às vezes, acordar pessoas às sete da manhã para perguntar coisas. Muitas vezes, não atendem o telefone porque estão a dormir”, explica.

“Num dia normal, posso estar na redação ou posso sair em reportagem”, explica Filipe. Porém, se, por algum motivo, o editor ou o subeditor faltam, o escsiano assume o papel de subeditor, acumulando, com as suas funções, a newsletter da estação e as sínteses, à meia hora. Por vezes, substitui, também, Alexandre David (subeditor da Antena 1), na rubrica Bom dia e boa sorte, da Antena 3.

Contar histórias

Filipe conta que o que mais o cativa no Jornalismo é poder contar histórias. “Toda a gente tem uma história e tem coisas para contar. E muitas delas são completamente fascinantes”, reflete. Da sua atividade profissional, o escsiano destaca a “ideia romântica” de sentir que pode mudar a vida de alguém e ajudar a "corrigir a sociedade". “Diria que os jornalistas, aqueles que gostam mesmo do jornalismo, são, talvez, dos profissionais mais apaixonados por uma profissão”, considera. Apesar de a rádio ter sido sempre o seu objetivo e ser, atualmente, o seu emprego a full time, Filipe explica que gosta de escrever e que, por vezes, ainda colabora com imprensa escrita.

Por onde passou, realizou trabalhos que, de alguma forma, o marcaram. N’A Bola TV, teve a oportunidade de ir para o Irão fazer o documentário “Príncipe da Pérsia”. “Foi uma experiência alucinante. Se eu trabalhasse noutra televisão, havia muito mais pessoas à minha frente para fazer esse trabalho, mas o diretor achou que eu era a pessoa certa e foi, de certa forma, um dos ponto altos da minha carreira, até agora”, reflete. Já na revista GQ, entrevistou o treinador de futebol Jorge Jesus, para uma produção “que causou um buzz tremendo”, na altura. “Foi dos trabalhos que mais gozo me deu fazer”, lembra.

Na Antena 1, o que mais o alicia é poder “perseguir as [suas] próprias histórias”, ao nível da grande reportagem, para além de, “com persistência e, às vezes, também, com um bocadinho de sorte”, poder entrevistar pessoas que admira. Um desses casos aconteceu este ano, quando entrevistou o arquiteto Álvaro Siza Vieira, trabalho publicado, depois, na revista Visão. “Estava super nervoso, porque era uma pessoa que admirava e que não queria, também, defraudar”, lembra.

A importância de estudar

Futuramente, o escsiano confessa que gostaria de voltar a estudar, fator que considera ser “muito importante”. Após a licenciatura em Jornalismo, Filipe fez algumas formações, um seminário de Estudos Europeus, do Parlamento Europeu, e tentou, inclusivamente, conciliar um curso de literatura com a sua carreira, ideia que teve de abandonar por não conseguir compatibilizar ambos.

Um dos caminhos passa por, um dia, enveredar pela área da investigação, ligada a temáticas jornalísticas, de forma a estudar o “modo de pensar o Jornalismo e como [este] influencia as dinâmicas do dia-a-dia nas sociedades, nas democracias e, mesmo, nas ditaduras”.

Sobre a ESCS

Filipe conta que nunca pensou “fazer rádio, até chegar à ESCS e conhecer o [Prof. Francisco] Sena Santos”. Para além de descobrir esta “grande paixão” na Escola, o escsiano destaca, ainda, os conhecimentos práticos e teóricos que adquiriu ao longo do curso. “É um currículo muito equilibrado e acho que a Escola prepara, de facto, para o mundo real”, defende. O ex-aluno lembra que foi quando ingressou no Ensino Superior que começou a haver uma maior adesão a plataformas digitais, como os blogues e os podcasts, e que os professores incentivavam os estudantes a criar conteúdos e a investir na sua criatividade.

Para além do curso, o escsiano destaca, também, o contributo das atividades extracurriculares para formar a pessoa que é hoje, no que diz respeito à forma como lida com “situações de stress, conflito e organização”. Para além da participação na AE ESCS e na escstunis, Filipe chegou a ir às primeiras reuniões do que viria a ser a ESCS FM, que considera ser “uma excelente plataforma”, e teve um podcast, em conjunto com colegas, chamado Consciência do Pinóquio.

Por todos estes fatores, aliados aos espaços e equipamentos técnicos disponibilizados pela Escola, o escsiano considera que “se, aos 18 anos, uma pessoa decide que quer ser jornalista, a ESCS é, de facto, uma boa aposta”.

Por fim, desafiámos Filipe Santa-Bárbara a responder a uma espécie de Questionário de Proust:

Um objeto essencial para o teu dia-a-dia.

Caneta, papel e telemóvel.

Uma música ou uma banda.

Mumford & Sons.

Um filme ou um realizador.

Cinema Paraíso, de Giuseppe Tornatore.

Um livro ou um escritor.

Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago.

Uma série.

La Casa de Papel.

Um podcast.

My dad wrote a porno.

Papel ou digital.

Papel.

Redação ou exterior.

Exterior.

Reportagem ou direto.

Reportagem.

Quando for grande, quero ser...

Melhor do que sou hoje.


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