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Publicado: 27.03.2020

 

PERFIL AM: Manuel Casanova

 

Manuel Casanova é Fotógrafo e Realizador especializado em Música e já trabalhou com artistas nacionais e internacionais.

Manuel Casanova é licenciado em Audiovisual e Multimédia (AM). O escsiano começou a fotografar ainda antes da licenciatura, quando estava no 9.º ano. “Eu tocava em bandas. E tinha um amigo muito próximo, que era aspirante a fotógrafo, e eu, um dia qualquer, em casa dele, interessei-me. Comprei uma câmara e, no dia a seguir, fui fotografar um concerto”, conta. Já durante o curso, descobriu e desenvolveu uma nova vocação, o vídeo, que é, hoje, a componente principal do seu trabalho, embora também seja fotógrafo. O escsiano especializou-se na área da Música e tem colaborado com grandes nomes do panorama nacional e internacional.

 

Processo de aprendizagem

Manuel chegou à ESCS em 2012. O escsiano afirma que a componente prática do curso foi "muito boa” e destaca, em particular, o trabalho desenvolvido com os docentes Claúdio Melo (de Fotografia) e Rúben Neves (de Vídeo). “Sinto que as duas coisas que me empurraram para o vídeo foi o que eu aprendi nas aulas e a evolução tecnológica que aconteceu na altura”, reflete.

O antigo estudante lembra, ainda, toda a aprendizagem de unidades curriculares mais teóricas, como Semiótica e Antropologia. “Um vídeo não é um conjunto de imagens e cada frame tem um significado. Portanto, se eu quero contar uma história ou transmitir uma ideia ou uma energia, tudo tem um peso nisso e não é só um efeito fixe que vai tornar o meu vídeo bom”, assegura.

Percurso profissional

O percurso de Manuel começou um pouco antes de ingressar na ESCS. “Quando entrei na Escola, já tinha fotografado o Alive e o Rock in Rio”, refere. Após começar a desenvolver a vertente do vídeo, lançou, em 2016, o último ano do curso, o seu primeiro videoclipe. “Unclear State of Mind” foi uma compilação de imagens filmadas ao vivo, com a banda inglesa Lock & Key, com a qual o escsiano andou em tour, durante esse ano.

Aos poucos, começou a trabalhar com “bandas maiores”. “Acaba por ser sempre um manager que [recomenda o meu trabalho a] outro. Ou vêem nas redes sociais e contactam-me diretamente. Antes de trabalhar com Korn, comecei por uma banda do mesmo manager que era muito mais pequena. E, depois, surgiu a oportunidade, por ele já conhecer o meu trabalho”, explica. A nível internacional, o escsiano teve, ainda, como clientes, banda como os Imagine Dragons, Sum 41 e alguns artistas da Rocnation, a editora do rapper Jay-Z. Em Portugal, Djodje, Tara Perdida, DeeJay Telio e Carlão são alguns dos nomes que constam no seu portefólio.

Em 2019, o escsiano foi passar uma temporada à Austrália. “Queria experimentar um mercado diferente e foi bastante fácil encontrar trabalho. Acabou por ser bom e, hoje, tenho muitos clientes lá”, explica. Durante algum tempo, Manuel foi, ainda, head of content de uma agência de viagens, na região de Cairns. Depois, mudou-se para Melbourne, onde concretizou o seu objetivo: trabalhar apenas na área da Música. “Consegui focar os meus esforços para ser melhor naquilo de que gosto e que quero fazer agora”, afirma.

Entre a estrada e a edição

O dia-a-dia do escsiano “depende da altura do ano”, sendo que existem “dois tipos de dia ideal”. Quando tem conteúdos para editar, vai cedo para o seu escritório, no Lx Factory, faz um café e trabalha o dia inteiro, “se tudo correr bem”. “Gosto mesmo de mergulhar nas filmagens e tentar criar alguma coisa a partir daí”, afirma. Por outro lado, sempre que está “na estrada”, a acompanhar a tour de uma banda ou em set, o tempo é passado a dirigir, filmar ou fotografar. “Quando eu era só fotógrafo, só fotografava os concertos e o resto do dia estava livre. Agora, há coisas a acontecer durante todo o dia e, se calhar, são as mais interessantes”, esclarece. O antigo estudante conta que, atualmente, os vídeos que produz na estrada “têm um ângulo mais documental” e que, por isso, “faz mais sentido mostrar como é que tudo acontece do que o que é igual todas as noites”.

Gerir o trabalho de forma eficaz

Manuel explica que a sua passagem pela ESCS o capacitou para “trabalhar muito melhor em equipa, profissionalmente”. “Quando comecei a fazer videoclipes, senti que toda a experiência que tinha tido com os trabalhos de Produção e Realização contribuiu para eu conseguir gerir de uma forma muito mais eficaz e para eu sentir que sabia o que estava a fazer”, assegura. O escsiano aconselha a licenciatura em AM, na medida em que, mesmo gostando de uma área específica, os estudantes terão a oportunidade de “descobrir todo um universo” de outras opções, tal como aconteceu com ele. “Eu sinto que não seria tão bom no meu trabalho se não tivesse tido todas essas bases”, conclui.

Por fim, desafiámos Manuel Casanova a responder a uma espécie de Questionário de Proust:

Um objeto essencial para o teu dia-a-dia.

O meu Aeropress. É para fazer café.

Uma cidade ou um país.

Melbourne.

Uma música ou uma banda.

Black Flag.

Um filme ou um realizador.

Um filme: Memento, de Christopher Nolan. Um realizador: Dave Meyers.

Um livro ou um escritor.

Álvaro de Campos.

Uma série.

Black Mirror.

Fotografia ou vídeo.

... (risos)

Quando for grande, quero ser.

A primeira coisa que me veio à cabeça foi que quero ser melhor. Mas isso nunca vai acontecer, porque é algo que está em evolução constante, tanto artística como pessoalmente.


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