Publicado: 31.01.2020
PERFIL AM: Maria Mano
Após terminar a licenciatura em Audiovisual e Multimédia, Maria Mano seguiu pelo caminho do Design e da Caligrafia. A escsiana é Designer Digital, na Wingman.
Apesar de ter frequentado o Ensino Secundário em Ciências e Tecnologias, Maria Mano sempre teve “muita dificuldade em escolher” entre esta área e as Artes Visuais. Embora tenha dado prioridade a cursos de Medicina Dentária, colocou, também, nas opções de candidatura ao Ensino Superior, o curso de licenciatura em Audiovisual e Multimédia (AM), devido ao seu interesse pela “parte visual”. O destino trouxe-a até à ESCS. “Na altura, acabar o Secundário e não entrar na primeira opção custou-me bastante, mas, agora, vejo como uma coisa boa”, confessa.
Um curso bem dividido
Maria chegou à ESCS em 2010. Das aulas, destaca o equilíbrio entre as componentes teórica e prática. “Sinto que está muito bem dividido”, afirma. A escsiana conta que, logo no primeiro ano do curso, apercebeu-se do seu interesse por Design e Tipografia, com o Prof. Pedro Figueira. Do percurso académico, sublinha, ainda, o contributo dos docentes João Abreu, “o designer do curso”, e Ricardo Pereira Rodrigues, com quem mantém uma relação de amizade até aos dias de hoje. Foram eles as suas primeiras referências na área pela qual queria enveredar no futuro.
Já no meio profissional, a escsiana diz que é “muito interessante” ver como os diplomados em AM estão preparados para trabalhar nas mais variadas vertentes. Quando chegou à empresa onde colabora hoje, como Designer, deparou-se com escsianos em funções de UX (user experience), Vídeo e Copy. “Tinha quatro pessoas do mesmo curso em quatro departamentos completamente diferentes”, lembra.
Ultrapassar o medo dos palcos
No segundo ano do curso, a antiga estudante entrou para a escstunis. Maria estudou música clássica “toda a vida”, no Conservatório Nacional, e foi aliciada pelos colegas de turma, que já eram membros, a juntar-se a eles. Na tuna da ESCS, fez parte da Direção Musical e foi solista, conquistando alguns prémios nesta função. A escsiana explica que, por ser uma “pessoa muito tímida”, tem “um medo de palco enorme”, sendo que a participação na escstunis a ajudou a ultrapassar “um bocadinho esse receio”. “Foi muito positivo por isso e por muitos amigos que ainda tenho hoje”, refere.
O caminho após a ESCS
Após terminar a licenciatura, Maria decidiu investir num mestrado em Design de Comunicação, de forma a especializar-se na área. Durante esta experiência, teve a oportunidade de fazer um workshop de Caligrafia com um dos seus professores, desenvolvendo um gosto que tinha começado na ESCS. Desde então, tem vindo a trabalhar esta arte, a nível analógico e digital. Quando começou a “amadurecer”, decidiu, ela própria, dar aulas. Primeiro, em casa, a pequenos grupos, e, depois, em algumas lojas, por convite. “Já dei workshops de iniciação à caligrafia ou ao lettering a crianças. Mas, geralmente, dou a adultos”, conta. A escsiana prepara-se, agora, para dar uma última aula, no início de fevereiro, antes de se dedicar a uma nova fase da sua vida: a maternidade.
Na reta final do curso de mestrado, em 2016, participou na Wingman School, da agência digital Wingman, tendo sido foi convidada a criar uma landing page, com o objetivo de conseguir um estágio na empresa. O desafio foi concluído com sucesso. “Não estava nada à espera. Pensava que ia para um ateliê fazer livrinhos”, confessa a escsiana. Após o estágio, assinou contrato, como Designer Digital. No departamento de Design, onde está inserida, desenvolve sites e aplicações. Em alguns casos, consegue implementar caligrafia ou lettering, aliando as duas paixões. O planeamento de trabalho é feito, regra geral, à semana e o seu dia-a-dia passa por receber os briefings dos clientes que tem em mãos, participar em reuniões de equipa e estar “muito tempo ao computador”. “Temos uma equipa muito querida. Partilhamos projetos uns com os outros, mandamos bitaites. Claro que temos estagiários, júniores, middle levels e séniores, mas não sentimos muito que isso exista”, conta a escsiana sobre o seu ambiente de trabalho.
O ponto de partida
Maria afirma que a ESCS foi o “ponto de partida” para tudo o que fez até ao momento. Após o “corte com as Ciências”, foi na Escola que a antiga estudante desenvolveu o gosto e adquiriu as valências para o trabalho que desempenha atualmente. “O Design e o mestrado aconteceram a partir da ESCS. As minhas relações pessoais, incluindo o meu marido, são da ESCS. E, nesse sentido, foi uma grande base para a minha vida”, conta. Maria considera que a licenciatura em AM é “uma ótima opção para pessoas que estão ainda muito indecisas ou que gostam de muitas áreas diferentes”, na medida em que conseguem “escolher e fazer o seu próprio currículo” a partir daí. “A teoria está lá e a prática vai-se atualizando. Acho que é um curso com muita qualidade e prepara-nos para o mercado de trabalho”, conclui.
Por fim, desafiámos Maria Mano a responder a uma espécie de Questionário de Proust:
Um objeto essencial para o teu dia-a-dia.
O iPad.
Uma cidade ou um país.
Ubud, em Bali.
Uma música ou uma banda.
Isso é impossível. Para mim, música é música, não consigo escolher.
Um filme ou um realizador.
Jurassic Park, de Steven Spielberg.
Um livro ou em escritor.
Agatha Christie.
Uma série.
Fleabag.
Uma referência profissional.
Tenho várias. Mas gosto muito do trabalho e dos livros da Jessica Hische, que começou como designer e faz caligrafia e lettering. É superatenta aos detalhes.
Quando for grande, quero ser.
Em termos profissionais, estou bem. O que vier, virá. Quero ser muito feliz, boa Mãe e continuar a aprender.
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