Publicado: 21.12.2023
A palestra “Tendências em Relações Públicas 2024” foi organizada pelos estudantes do 1.º ano do Mestrado em Gestão Estratégica das Relações Públicas.
No passado dia 11 de dezembro, a ESCS foi palco da palestra “Tendências em Relações Públicas 2024”, na qual se discutiu o futuro da área.
O evento, que teve lugar no Auditório Vítor Macieira, foi organizado pelos estudantes do 1.º ano do Mestrado em Gestão Estratégica das Relações Públicas (GERP), no âmbito da unidade curricular de Estratégia em Relações Públicas, da responsabilidade da Prof.ª Doutora Andreia Garcia, e teve a participação de profissionais da área, que discutiram temas como a Inteligência Artificial (IA), a Comunicação Interna, a Ciberpolítica e a Comunicação no Setor Farmacêutico.
O painel de oradores convidados contou com João Pereira (Assessor de Comunicação da Roche Farmacêutica), Rita Góis (mestre em GERP e autora da dissertação “O Impacto da Inteligência Artificial nas Relações Públicas”), Rui Martins Rodrigues (mestre em GERP e Diretor de Desenvolvimento de Negócio da Sancovendras) e Mariana Blanc (Principal-Communication Strategy & Business Transformation da Mercer).
A Prof.ª Doutora Sandra Pereira, coordenadora do Mestrado em GERP, deu início à sessão, considerando a iniciativa “muito relevante”, não só pela temática, mas, também, “porque permite aos estudantes colocarem mãos à obra, desenvolverem e criarem um evento com todas as tarefas necessárias”.
De seguida, Mariana Blanc subiu ao palco para apresentar “Communicate to Thrive”, um estudo pioneiro em Portugal, no qual participaram cerca de 70 empresas portuguesas, que analisou a maturidade das organizações relativamente à comunicação interna com os colaboradores e à forma como esta atividade dá resposta às necessidades do negócio. Durante a sua intervenção, a oradora falou sobre a importância da comunicação interna e o impacto que esta tem nas organizações, explorando conceitos como employer branding e empresas Glass Box. “Os colaboradores não querem trabalhar para a empresa, mas com a empresa”, afirmou. Mariana Blanc considerou, ainda, que “a comunicação interna é um desafio de negócio que deve ser entendido como um aliado”, sendo “um veículo que potencia a comunicação externa”. Como boas-práticas, destacou o uso de narrativas mais personalizadas, com uma comunicação targetizada, e a simplificação da comunicação multicanal.
Após a apresentação do estudo, seguiu-se uma mesa redonda, mediada pelos estudantes David Morgado e Madalena Silva.
João Pereira fez um balanço deste ano para o setor das Relações Públicas (RP): “A comunicação interna foi um grande desafio, em 2023, e tem sido, desde a pandemia. As coisas mudaram no mundo e na Comunicação, também”. O Assessor de Comunicação da Roche Farmacêutica refletiu sobre a adoção de sistemas de trabalho híbridos e as mudanças que esta modalidade trouxe ao seio empresarial.
Por sua vez, Rui Martins Rodrigues relembrou o tempo em que foi estudante da ESCS e debruçou-se sobre Ciberpolítica, tema da sua dissertação de mestrado. “De certa forma, a minha investigação provou que há uma enorme eficiência na utilização dos novos meios na política, mas ainda não tem eficácia. A comunicação digital ainda tem muito para dar, na área da política”, afirmou. O Diretor de Desenvolvimento de Negócio da Sancovendras destacou, ainda, a importância das redes sociais para fomentar a noção de participação do cidadão comum na política, incluindo os mais jovens.
A Inteligência Artificial foi, contudo, o tema dominante da palestra, tendo os oradores levantado questões importantes em relação ao impacto das ferramentas de IA no futuro das RP. A este propósito, Rita Góis afirmou que a “Inteligência Artificial vem redefinir a forma como se pensa as Relações Públicas”, destacando que é importante os futuros profissionais serem dotados de soft skills, como “criatividade, pensamento analítico, resiliência e curiosidade”. Para a diplomada, importa, também, “saber como trabalhar com as ferramentas e como fazer as perguntas certas para obter os melhores resultados, porque é isso que faz a diferença”.
O painel foi unânime ao relembrar que falta algo às novas tecnologias: a emoção. “Neste momento, a IA ainda não consegue dotar de alguma emoção a comunicação que fazemos”, declarou Rui Martins Rodrigues.
A sessão terminou com um momento de perguntas e respostas e com mensagens dos oradores para os estudantes do Mestrado em GERP. “Este tipo de iniciativas faz a diferença, quando entram no mercado de trabalho. Estão numa ótima instituição. Sejam curiosos, ambicionem sempre mais e melhor”, incentivou Rita Góis, enquanto ex-aluna da Escola.
Texto: Estudantes do 1.º ano do Mestrado em GERP e editado pelo Gabcom (Serviço de Comunicação da ESCS)
Fotografias: Estudantes do 1.º ano do Mestrado em GERP
