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Publicado: 27.02.2023

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Perfil AM: Carlota Real

Na licenciatura em Audiovisual e Multimédia, Carlota Real abriu os horizontes criativos, ao explorar as várias vertentes do curso. Hoje, é Diretora de Arte na agência Judas.

Carlota Real concluiu o Ensino Secundário no curso científico-humanístico de Ciências Socioeconómicas, mas, no final do 12.º ano, começou a perceber que, durante muito tempo, “tinha tentado fugir a uma parte [de si] mais criativa e livre”. Antes da candidatura ao Ensino Superior, visitou uma exposição do designer Stefan Sagmeister e foi aí que se deu o “clique”. “A forma como ele expunha as coisas, a nível gráfico e visual, era tão interessante, que eu fiquei apaixonada pelo seu trabalho”, justifica. Ao pesquisar por instituições, com vista ao prosseguimento de estudos, a ESCS surgiu “por acaso” e, após ouvir a opinião de amigos que tinham estudado na Escola, acabou por apostar na licenciatura em Audiovisual e Multimédia. “O curso é genérico e é isso de que se precisa. O descobrir, nesses primeiros anos de se ser adulta, é muito importante”, acredita.

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Carlota Real
Carlota Real é licenciada em Audiovisual e Multimédia.


A escolha certa

Carlota ingressou, na ESCS, em 2018. Das aulas, destaca, por um lado, o facto de uma parte do corpo docente conciliar a carreira académica com uma atividade profissional no mercado da Comunicação, e, por outro, a componente prática das unidades curriculares. “Ver uma turma de 20 a 30 alunos super interessados no que se está a falar, a resolver casos práticos ou a fazer trabalhos de grupo, foi muito interessante e moldou a minha experiência, porque percebi que era, eventualmente, o que iria fazer lá fora”, argumenta.

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Carlota Real
Parte da experiência académica da escsiana foi passada em confinamento, devido à pandemia.


O percurso académico da escsiana teve a particularidade de ter sido afetado pela pandemia de COVID-19, quando estava no 2.º ano do curso. Contudo, a jovem criativa assegura que “todo o 1.º ano foi memorável. Foi um abrir de olhos e de horizontes gigante”. Mesmo durante os meses de confinamento, assegura que a sua “experiência não foi desvirtuada”, na medida em que houve um grande esforço coletivo para que “as pessoas continuassem ligadas e acessíveis”.

As pessoas e a arte do improviso

Para além das aulas, a antiga estudante participou em algumas atividades extracurriculares. Inicialmente, Carlota estava mais inclinada para o vídeo e para a fotografia, pelo que o núcleo audiovisual nAV foi a sua primeira escolha. Depois, começou a explorar outras áreas, tendo integrado as equipas da Bright Lisbon Agency, a júnior empresa da Escola, e da ESCS FM, a rádio online, onde desempenhou o cargo de Diretora de Comunicação. Da passagem por estes projetos, a jovem guardou “as pessoas e a arte do improviso”, dado que fez grandes amigos e aprendeu a melhorar a gestão do tempo, devido às muitas tarefas que acumulava com os trabalhos das unidades curriculares.

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Carlota Real
Nas atividades extracurriculares, Carlota fez grandes amigos e aprendeu a melhorar a gestão do tempo.


A sua própria Diretora Criativa

A vontade de fazer mais, ainda durante a licenciatura, fez com que Carlota começasse a participar em concursos, logo no 1.º ano. “Encontrei os New Blood Awards, um concurso de Publicidade, e participei com um amigo. Não tínhamos  ideia do que estávamos a fazer, mas foi divertido”, conta, com humor. Ao longo da sua passagem pela ESCS, o seu talento foi reconhecido em várias iniciativas: EDP University Challenge (semifinal e final), Prémio Sophia Estudante, Roger Hatchuel Student Academy (Young Lions), Ads of the World, Concurso Universitário & Politécnico CAP e MOP Digital Challenge. Já no mercado de trabalho, venceu os Eurobest Awards, em 2021, e conquistou o galardão de prata na categoria Imprensa e Outdoor dos Young Lions, em 2022.

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EDP University Challenge
Em 2019, a equipa de Carlota venceu a semifinal do EDP University Challenge e foi um dos três grupos a representar Portugal na final do concurso.


A escsiana considera que a participação em competições acrescenta valor aos jovens, uma vez que estes têm a oportunidade de ser os seus próprios Diretores Criativos. “Nos concursos, não há layers de aprovação e isso é importante, porque ganhas critério”, explica, acrescentando que “pores-te à prova, a produzir e a ter ideias, mas, também, a saber lidar com a frustração” torna os profissionais “mais fortes”.

Do Design à Publicidade

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Carlota Real
Carlota, no Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions, com a comitiva internacional da Roger Hatchuel Student Academy.

Carlota percebeu o quanto gostava de design gráfico aquando da licenciatura. “Comecei a fazer muito mais design, quase a ficar obcecada, e a fazer trabalhos como freelancer”, conta. Ao participar em concursos, descobriu a sua veia mais criativa. “Houve um clique para a Publicidade e abriu-se todo um novo horizonte”, esclarece, assegurando que a vitória na Roger Hatchuel Student Academy, em 2020, foi uma “rampa de lançamento”.

Em 2021, no ano de finalista, a escsiana concorreu a uma vaga para Direção de Arte, na FUEL Lisboa. Ficou como estagiária e, depois, progrediu para Diretora de Arte Júnior. “Sinto que tive uma sorte gigante por me terem dado essa oportunidade (...) foi uma escola absurdamente especial”, afirma. Naquela agência de publicidade, teve “o privilégio” de contribuir para grandes campanhas da Worten e do Continente.

Já em agosto de 2022, integrou a equipa da Judas, uma agência de publicidade relativamente recente ainda “a dar os primeiros passos”. “Está a ser um desafio diferente e uma grande aventura”, assegura. Como uma das Diretoras de Arte da empresa, o seu dia-a-dia “é muito frenético” e, por isso, “precisa de muita organização”. Do trabalho próximo com os copywriters à coordenação de toda a componente visual das campanhas, passando pela “venda” de ideias a clientes, a escsiana conta, divertida, que procura “estar calma e com alguma sanidade mental”. “Parece que estamos sempre a correr e ninguém sabe bem para onde”, completa.

Uma Escola para nos descobrirmos

Da sua passagem pela ESCS, Carlota destaca, essencialmente, a parte prática do curso e os inúmeros trabalhos de grupo que “obrigam” os estudantes "a lidar com outras pessoas e saber gerir expetativas e frustrações”, visto ser um dos grandes desafios que vão encontrar no mercado de trabalho. “Acho que essa parte humana é um dos maiores destaques da ESCS. Nota-se quando as pessoas vêm de outras instituições que não têm tanto essa componente, porque não sabem bem como trabalhar em grupo e como podem ser melhores pessoas e profissionais”, esclarece.

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Carlota Real
A jovem criativa afirma que a ESCS é uma escola “incrível para nos descobrirmos”.


A escsiana lembra a sua passagem pela Escola como uma “explosão de conhecimento”, pois conseguiu experimentar as várias vertentes do curso e delinear o seu caminho profissional. “É incrível para nos descobrirmos”, considera, tendo em conta que os estudantes podem explorar, fazer e falhar, algo “extremamente importante. E a ESCS fá-lo na perfeição”, assegura.

Por fim, desafiámos Carlota Real a responder a uma espécie de Questionário de Proust:

Um objeto essencial para o teu dia-a-dia.
Um computador numa mão e uma chávena de chá na outra.

Uma cidade ou um país.
Copenhaga.

Uma música ou uma banda.
Radiohead ou Nick Cave. Os dois, preferencialmente.

Um filme ou um realizador.
Paul Thomas Anderson.

Um livro ou um escritor.
“Everything I know about love”, de Dolly Alderton.

Uma série.
Fleabag.

Uma referência profissional.
Stefan Sagmeister.

Quando for grande, quero ser.
Calma e com a sabedoria que vem com a idade.


No vídeo abaixo, Carlota Real fala sobre as mais-valias de ter estudado na ESCS e como a formação académica contribuiu para o seu percurso:


Fotografia do Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions gentilmente cedida por Carlota Real.
Restantes fotografias: Gabcom (Serviço de Comunicação da ESCS)