Publicado: 11.10.2019
PERFIL AM: Bruno Vaz
Bruno Vaz tem construído o seu percurso profissional como videógrafo. O escsiano é o atual Coordenador Multimédia da MadMen, empresa da qual faz parte a revista NiT.
A abrangência do curso de Audiovisual e Multimédia (AM) trouxe Bruno Vaz à ESCS. O antigo estudante foi estagiário do E2 e, após terminar o curso, passou pelo Grupo Cofina Media e pela Storytrail, como videógrafo. Trabalhou, depois, durante algum tempo, em regime de freelancer, até ser convidado para assumir o cargo de Coordenador Multimédia, na MadMen.
Aprender com os melhores
Bruno entrou na ESCS em 2004. O escsiano conta que, apesar de, no 12.º ano, haver “alguma pressão parental para seguir advocacia”, era a área da Cultura que mais o cativava. Na candidatura ao Ensino Superior, considerou que a licenciatura em AM era a que “mais hipóteses abria”. Por isso, não teve “grandes dúvidas”, tendo sido a sua primeira opção.
Na Escola, contactou com um “calibre de professores bem superior àquele a que estava habituado”. O antigo estudante recorda, particularmente, um momento em aula com o Prof. Orlando Alegria, que lecionava a unidade curricular de Iluminação. “Fiz um movimento de câmara que não me estava a correr muito bem e ele simplesmente perguntou: isto é o melhor que fazes? Eu [respondi]: não, não é. E ele disse: Então, faz melhor, pá! E eu fiz!”. O escsiano defende que “um grande treinador de uma equipa de futebol eleva a equipa. E um bom professor também faz isso”.
Estagiar no E2
Como estagiário do E2, Bruno aplicou conhecimentos e desenvolveu capacidades, ao nível do vídeo. No programa de televisão da Escola, fez captação e edição de imagem. “O E2, na minha cabeça e no meu coração, tem um estatuto equivalente a uma disciplina”, confessa. O escsiano defende que as atividades extracurriculares, no geral, são “completamente essenciais para quem quer seguir aquelas áreas”, uma vez que dão, aos estudantes, a oportunidade de “pôr a mão na massa”.
Não ter medo de trabalhar
Após terminar a licenciatura, Bruno começou a trabalhar, em 2009, na área do online do Grupo Cofina Media, como repórter e editor de imagem. A equipa inicial, de duas pessoas, cresceu para 24, durante os quase oito anos em que lá esteve, o que marcou, também, o seu crescimento dentro da empresa. Quando saiu, em 2016, o escsiano era Coordenador do Departamento Central de Imagem e admite que, sempre que possível, procurou contratar estudantes e ex-alunos da Escola, “não por ligação afetiva”, mas porque considera que “objetivamente, são melhores do que os outros”. Catarina Peixoto e Ismael Jesus são exemplo dessas contratações.
Passado este período, decidiu “procurar novos desafios”, integrando a equipa da Storytrail. Com o também escsiano João Esteves, produziu “centenas de vídeos de turismo”. Contudo, o projeto, que pertencia a uma startup, estava dependente de um programa de investimentos que, pouco tempo depois, deixou de o financiar e acabou por terminar. “Fiquei desempregado, que assustador!”, diz, em tom irónico. “Mas já estava preparado para a possibilidade de isso acontecer e não estava com medo. Porque, quando se sabe trabalhar, há que confiar, em nós próprios e no universo, que as coisas vão correr bem”, defende. Entre o final de 2017 e o início de 2018, o antigo estudante abraçou os trabalhos que foram surgindo, em regime de freelancer, até ser desafiado por Jaime Martins Alberto, diretor da NiT, a entrar para a equipa, como Coordenador Multimédia da MadMen, a empresa que detém a revista.
Fugir à rotina
Na MadMen/NiT, Bruno tem tido a oportunidade de desenvolver outras competências, que concilia com o trabalho de videógrafo. “Além da fotografia ocasional, ainda escrevo. Faço crítica de cinema”, conta. O escsiano gosta, particularmente, do facto de não ter dois dias iguais. “Uma das coisas mais giras é a fuga à rotina, que pode, realmente, ser esmagadora”. De momento, dedica-se, ainda, ao novo projeto da revista, a NiTtv, lançado na última semana de setembro. Toda a vertente de motion graphics do canal foi produzida pelo antigo estudante, bem como parte da captação e edição do conteúdo de vídeo. A NiTtv surge numa altura em que a revista se encontra no top 10 de sites, em Portugal. “Triplicámos [as visitas] num ano!”, conta o escsiano, com orgulho, destacando, ainda, o contributo da “ótima equipa” com quem trabalha.
Ambiente de aprendizagem
Para além da formação profissional das aulas e das atividades extracurriculares, Bruno destaca a “importância esmagadora” dos estudantes que partilharam consigo o percurso académico. “Não há nada melhor do que estar num ambiente em que toda a gente é boa, de alguma forma”, considera, referindo que, para si, a qualidade dos alunos nunca se traduziu em competitividade, mas em crescimento e aprendizagem. O escsiano lembra o caso dos antigos colegas Ricardo Pereira Rodrigues, Pedro Figueira e Sérgio Deuchande. São pessoas que “nos tornam melhores, simplesmente por nos mostrarem outras coisas. Esta partilha de conhecimento e de cultura é inestimável”, defende.
Em conclusão, Bruno recomenda o ingresso Escola, com um “aviso”: “quanto mais uma pessoa entrega à ESCS, mais ela devolve”. Neste sentido, é a instituição de Ensino Superior indicada para todos aqueles que têm “vontade de entrega a algo, de aprender, de ter contacto e de pôr a mão na massa”.
Por fim, desafiámos Bruno Vaz a responder a uma espécie de Questionário de Proust:
Um objeto essencial para o teu dia-a-dia.
Um livro.
Uma cidade ou um país.
Lisboa.
Uma música ou uma banda.
Os últimos álbuns dos Talk Talk.
Um filme ou um realizador.
Béla Tarr.
Um livro ou em escritor.
Eu leio bastante. Jerusalem, de Alan Moore. Foi life changing, para mim.
Uma série.
The Wire, porque é a melhor.
Quando for grande, quero ser.
Neste momento, um bom pai e um bom ser humano.
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